Com macaco, cobras e até jacaré, menina do interior de SP tem mais de 100 animais em casa: 'Amo eles, não tenho medo'
08/11/2025
(Foto: Reprodução) Alice cresceu junto com os animais exóticos
Nada de bonecas ou bola: a brincadeira favorita da pequena Alice Lopes Poloni, de 9 anos, moradora de Jacareí (SP), é passar o tempo interagindo com os animais, desde os mais comuns aos mais exóticos, como cobras, macacos e até jacarés.
Filha do adestrador André Poloni e da influenciadora Beatriz Lopes, Alice e a família compartilham nas redes sociais a vivência da filha com os animais exóticos que têm em casa. Ao todo, são mais de 100 bichos. Recentemente, um vídeo da menina com uma cobra gigante viralizou nas redes sociais - veja acima.
⚠️ No Brasil, é possível ter macacos, cobras e outros bichos exóticos como animais de estimação, desde que sejam nascidos em cativeiro, adquiridos de um criadouro autorizado e licenciados pelas autoridades ambientais, como o Ibama e as secretarias estaduais. A família de Alice afirma que todos os animais que possuem estão legalizados - leia mais abaixo.
Segundo a mãe, Alice já nasceu no meio dos bichos, isso porque ela tem contato com os animais desde recém-nascida, nunca teve restrição.
“A relação da Alice com os animais começou no terceiro dia de vida dela, que foi quando ela teve alta do hospital. A gente já chegou em casa apresentando ela para todos os nossos animais. Eu tinha perguntado para pediatra, expliquei que a gente tinha vários animais em casa, se tinha que restringir assim o contato e ela disse que não, que a Alice sabia a família que ela estava vindo e que a gente podia seguir assim com a nossa vida normal", contou.
Alice Lopes Poloni com um jacaré quando era bebê.
Beatriz Lopes/Arquivo pessoal
Beatriz e André contam que sempre foram apaixonados pelos animais, desde antes de se conhecerem. Depois que se casaram, eles começaram a aumentar a quantidade de espécies em casa. Agora, Alice segue o mesmo caminho que os pais e ama os pets, desde os mais comuns até os inusitados.
“A Alice, ela ama muito os animais, ela passa muito tempo com eles, dificilmente você vê a Alice brincando com alguma boneca, normalmente ela sempre tá com algum bichinho ou com os coelhos, com os cachorros. Claro que ela não sai brincando sozinha com certos animais, né, como os que oferecem algum risco pra ela, mas todos os animais ela também tem contato", narrou a mãe.
Ao g1, Alice contou que ama a experiência que tem de poder conviver com tantos animais e que não tem medo de nenhum deles.
“Eu amo eles. Eu não tenho medo de nenhum animal. Eu só tenho medo de insetos, como baratas e aranhas, por exemplo”, afirmou a pequena Alice.
Alice com os animais de sua casa, como uma jaguatirica e uma cobra gigante.
Beatriz Lopes/Arquivo pessoal
Beatriz contou que a filha já teve contato com diversos animais e é até difícil dizer qual deles é o mais diferente.
"É muito relativo o que é diferente, porque o que é diferente para muita gente, para a nossa família, que está acostumado a conviver aqui com vários animais como cobra e jacaré, acaba sendo comum, mas acho que pra gente o diferente seria o que não faz parte aqui do nosso convívio, como o tigre que ela teve contato, os golfinhos e os botos, então esses que a gente acaba considerando diferente. Do que a gente tem em casa, acredito que os mais diferentes seriam a cobra gigante piton-reticulada e o jacaré", afirmou a mãe.
Apesar de não ser exótico, o mini cavalo “Boomerang” é que é a paixão da Alice. Inclusive, a menina até ajudou os pais a comprarem ele.
“Ela sempre foi apaixonada por cavalo, desde bem pequenininha, e a gente não tinha cavalo na época, e também ela não tinha tido muito contato com cavalo, era um negócio dela mesmo, sabe? Sempre foi o animal preferido dela, e quando ela cresceu um pouco, ela queria muito ter um cavalo grande, a gente não tinha. Só que a gente decidiu que aqui em casa não era um espaço adequado para um cavalo grande, só que para um mini horse, como se fosse um pônei, daria para ter aqui", contou.
"Então, ela topou ter um mini cavalo, a gente pegou um de uma pessoa que estava vendendo para deixar um tempo aqui, para a gente sentir como que ia ser, ela se apaixonou por ele, que no caso é o boomerang, o primeiro cavalinho dela, e ela até comprou ele com o dinheiro dela. Com todas as economias que ela tinha desde quando ela era bem pequena, assim, todo dinheiro que ela ganhava, tudo que a gente juntava para ela, ela pegou todo o dinheiro dela para ajudar a pagar o Boomerang”, completou.
Alice Lopes Poloni e o cavalo Boomerang.
Beatriz Lopes/Arquivo pessoal
Beatriz explicou que para criar esses animais em casa, é preciso seguir algumas regras, como comprá-los de um criadouro que tenha permissão para comercialização e que tenha toda a documentação certinha, mas que é necessário seguir as exigências do Ibama em relação ao criadouro deles.
No caso de Beatriz e André, a família mora um terreno com 3 mil metros quadrados e que acomoda bem todos os animais, não os colocando em uma situação que possa ser prejudicial. Por ter essa estrutura, Alice pode crescer rodeada de pombos, coelhos, tartarugas, marrecos, macacos, mini cavalos, pássaros e muitos outros animais.
Alice contou que quando crescer quer ser artista e pintar com aquarela, por enquanto não pretende seguir os passos do pai, que é adestrador de animais, mas que gosta muito de ter essa relação próxima com os animais.
“Eu gosto de ficar vendo os macacos brincando com o cavalinho Boomerang, gosto também de ficar brincando com os macacos pelo vidro e também eu gosto de ficar brincando com os ratinhos... Cada animal tem o seu jeitinho de ser", disse.
O amor e o respeito pelos bichos são valores que a família faz questão de transmitir para Alice.
"A gente incentiva o contato dela com os animais, porque faz parte da nossa vida, da nossa rotina. Tanto eu quanto o pai dela amamos. Achamos importante esse cuidado com os animais, independentemente da espécie. É importante tratar todos bem, com respeito e amor", finalizou a mãe.
Alice, Beatriz e André posam com tigre em passeio. Animal não reside com eles.
Beatriz Lopes/Arquivo pessoal
O que diz a lei sobre animais exóticos
No Brasil, é possível ter macacos, cobras e outros bichos exóticos como animais de estimação, desde que sejam nascidos em cativeiro, adquiridos de um criadouro autorizado e licenciados pelas autoridades ambientais, como o Ibama e as secretarias estaduais.
É crime vender, exportar, comprar, manter em cativeiro ou transportar animais silvestres. Somente criadouros legalizados podem fazer esse comércio. E, mesmo assim, apenas de algumas espécies.
Tirar um animal do seu habitat natural ou comprar ele ilegalmente com contrabandistas, além de crime ambiental, também pode acabar transmitindo doenças para humanos e deixar os animais enfermos.
Para especialistas, além de cruel e ser um ato criminoso, tirar um animal da floresta para viver em cativeiro em uma casa sem estrutura e sem o tratamento adequado é uma forma de escravizá-los.
Clique aqui e veja a lista de animais que podem ser domesticados sem autorização do Ibama.
*Estagiária Mirela Melo colaborou sob supervisão do g1.
Alice tem contato com os animais desde o terceiro dia de vida
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