Ações climáticas no litoral de SP unem dados, educação e comunidade para regeneração ambiental e social

  • 08/11/2025
(Foto: Reprodução)
Baixada em Pauta: Gabriela Otero é a convidada da semana Santos está no centro de uma transformação que une ciência, território e impacto social. A cidade abriga projetos que vão desde ecobarreiras em comunidades vulneráveis até iniciativas de economia circular no maior porto da América Latina. A regeneração do manguezal no Jardim São Manuel é um dos exemplos mais visíveis dessa mudança. Essas ações foram tema do podcast Baixada em Pauta, apresentado pelo jornalista Matheus Müller, que recebeu Gabriela Otero, gerente de Água, Oceano e Resíduos do Pacto Global da ONU – Rede Brasil. Santista, Gabriela falou sobre os impactos das mudanças climáticas na região e abordou temas como consumo consciente, saúde mental, ESG, educação ambiental e articulação entre empresas, governo e sociedade civil. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Durante a conversa, ela destacou como atitudes simples, como o descarte correto de cotonetes, têm impacto direto na poluição marinha. “O esgoto não foi feito para reter esse tipo de resíduo. O cotonete passa pelas grades, é lançado no emissário e as correntes trazem de volta”, explicou. O item aparece com frequência em praias de norte a sul do Brasil, revelando um problema de comportamento doméstico e falta de informação. De Santos para o mundo Gabriela Otero participou do podcast Baixada em Pauta com Matheus Müller g1 Santos Gabriela nasceu e cresceu em Santos, onde iniciou sua militância ambiental ainda na adolescência. Aos 13 anos, já participava da Agenda 21 da prefeitura e fundou a primeira ONG de protagonismo juvenil da cidade. Inspirada por uma palestra do geógrafo Aziz Ab’Sáber, decidiu cursar Geografia na USP, onde também fez mestrado. A partir daí, passou a atuar em projetos nacionais e internacionais na área de resíduos sólidos. Em 2021, foi convidada a integrar o Pacto Global da ONU, liderando a agenda de combate à poluição marinha. Hoje, mesmo com atuação global, segue morando em Santos e trazendo projetos para a região. ESG e o engajamento por dentro Corredor Porto-Indústria', em Cubatão (SP) Divulgação/Prefeitura de Cubatão A agenda ESG, sigla para práticas ambientais, sociais e de governança, deixou de ser tendência e passou a ser critério de reputação e competitividade. Gabriela explicou que, mais do que pressão externa, são os próprios funcionários que impulsionam mudanças dentro das empresas. “Não falo com CNPJs, falo com CPFs. São pessoas que compram a ideia e fazem acontecer por dentro”, afirmou. Ela destacou que muitas corporações já realizam ações alinhadas à sigla, mas precisam conectá-las de forma estratégica. O Pacto Global atua como articulador, promovendo parcerias entre empresas, governos e organizações da sociedade civil. A mente precisa estar bem organizada Gabriela contou que começou a lidar com ecoansiedade ainda na adolescência, quando se envolveu com ativismo ambiental em Santos. “Era a chata da família, brigava no almoço de domingo por causa do desperdício”, disse, lembrando que desde cedo se incomodava com comportamentos que afetavam o meio ambiente. Hoje, atuando em escala nacional e internacional, ela reforça que cuidar da saúde mental é essencial para quem trabalha com sustentabilidade. “A mente tem que estar bem organizada para que o trabalho aconteça”, afirmou, defendendo que vocação e propósito precisam caminhar junto com equilíbrio emocional. Educação como motor da transformação Sustentabilidade e gastronomia Foto: Freepik Gabriela reforçou que a educação ambiental hoje é obrigatória e transversal nas escolas. Para ela, essa geração tem tudo nas mãos e os adultos precisam dar o exemplo em casa. Ela contou que seu filho de um ano e meio já sabe separar o reciclável e jogar o lixo na lixeira. “Criança aprende pelo exemplo”, disse. Dados que mudam produtos e políticas Com base em mais de 90 mil resíduos sólidos catalogados em 22 cidades brasileiras, entre eles cotonetes, pinos plásticos, fragmentos de isopor, talheres descartáveis e embalagens de delivery, Gabriela explicou como os dados ajudam empresas a repensar embalagens e produtos. “Com evidência, não há argumento. A gente consegue mudar até um produto com 80 anos de mercado”, afirmou. Segundo ela, quando uma marca percebe que sua embalagem aparece com frequência em manguezais ou praias, passa a reavaliar materiais, formatos e estratégias de logística reversa. Comunidade como protagonista da solução No projeto da ecobarreira, moradores do Jardim São Manuel são capacitados e remunerados para operar a estrutura. Além de impedir que resíduos cheguem ao mangue, o projeto devolve dignidade e protagonismo à comunidade. “A ecobarreira virou um bem da comunidade. As pessoas protegem, cuidam e entendem o valor que ela tem. É regeneração ambiental e social ao mesmo tempo”, concluiu Gabriela.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/podcast/baixada-em-pauta/noticia/2025/11/08/acoes-climaticas-no-litoral-de-sp-unem-dados-educacao-e-comunidade-para-regeneracao-ambiental-e-social.ghtml


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